Vendaval
Maria Aline de
Andrade Correia
Lady Hamilton como uma bacante, esmalte por Henry Bone (1755-1834, United Kingdom)
Ah,
por obséquio, tranquilize-se
Só
quero que fique assim, boiando em nuvens,
Passá-lo
em grades, esfumaçar tua hipocrisia,
Arrastar
até o sangue expelir dos teus seios,
Parvonear
tua massa cinzenta com estrelas estalantes
Capaz
de estrebucharem a couraça do peito de um passarinho torto (sim, você é torto)
Eu
não seria capaz.
Admito
que não alcanço nenhum degrau invejável por esforço,
Sou
apenas aquela embebida na vida com limitações aquantes
Estar
plena de céu decantou as margens e matou a todos.
Aqueles
siricuticos pequeninos que me deixastes não adormeceram na estante
Eles
resolveram crescer cantantes, esbaforidos e teimosos como você
Ainda
assim nenhuma sequela da fatídica manhã tem posto aqui o pé como recomendado
À
deusa agradeço! Seria admissível dor de um peito ofegante?
Olhe
aqui: fuligem do teu cigarro...
Esgar
escarlate de um coração intenso não plaina mais nessa casa
Musgos
de andorinhas trejeitas resvalam a limpeza de outro pouso
Paz
aqui? Você me indagaria
Mas
apenas como mímica para um sentimento tão sagaz, mudo
E
mais uma afronta aqui me apresento
Por
favor, estou desnuda
Em
mantos de acolhida corriqueira, ou afagos de base,
Sentimentos
tão declarados e tão inconstantes
Miram
um rumo em frente para o indeciso narciso.
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