domingo, 20 de novembro de 2011

Membro do Grupo publica na revista Bakhtiniana

Acaba de ser publicado, no número 6 da Bakhtiniana: revista de estudos do discurso, o ensaio intitulado "Dostoiévski e Bakhtin: a filosofia da composição e a composição da filosofia", de João Vianney Cavalcanti Nuto.

O ensaio demonstra como a polifonia - principal caraterística do romance de Dostoiévski segundo Bakhtin - realiza-se como uma síntese artística de elementos da filosofia de Mikhail Bakhtin como a valorização da singularidade, do ato responsivo e responsável, do inacabamento (inconclusibilidade) e do dialogismo.

A revista Bakhtiniana é editada pelo Programa de Estudos Pós-Graduados em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem  (LAEL), da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, e completa, em 2011, seu terceiro ano de publicação.

Em seu número 6, a Bakhtiniana apresenta um dossiê sobre Dostoiévski, em comemoração aos 190 anos de nasicmento de Fiódor Mikháilovitch Dostoiévski (1821-1881), aos 82 anos da publicação de Problemas da obra de Dostoévski (1929) e aos 48 anos da publicação de Problemas da poética de Dostoiévski, ambos de Mikhail Bakhtin. A edição inclui trabalhos que relacionam a obra de Dostoiévski com a obra de Bakhtin de uma perspectiva abrangente; outros abordam a relação entre a obra de Bakhtin e determinados trabalhos de Dosotoiévski; outros textos articulam conceitos relacionados com o estudo de Dostoiévski por Bakhtin para a análise de autores brasileiros. Diversos trabalhos apresentam certa interdisciplinaridade, transitando pela análise do discurso, pelos estudos literários, pela filosofia e pela psicologia, conforme sumário disponível em http://revistas.pucsp.br/index.php/bakhtiniana/issue/current/showToc .

Encontram-se abertas as chamadas para os seguintes números da Bakhtiniana: número 7 (Linguagens e ensino: perspectiva dialógica) e número 8 (Bakhtin e o Círculo: diálogos com a filosofia e as ciências humanas em geral).


sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Nós no EEBA


Imagem do campus UFJF: entre a natureza e o saber
O Encontro de Estudos Bakhtinianos (EEBA) surgiu como versão itinerante do Círculo – Rodas de Conversa Bakhtiniana, evento criado pelo Grupo de Estudos de Gênero do Discurso (GeGe),  formado por professores e alunos da Universidade Federal de São Carlos, Universidade Estadual de Campinas, Unesp de Assis e Universidade de São Paulo e coordenado pelo Prof. Waldemir Miotello. O objetivo das Rodas de Conversa Bakhtiniana é discutir a obra de Mikhail Bakhtin em seus mais diversos aspectos, associando-a a questões contemporâneas.

O primeiro Círculo – Rodas de Conversa Bakhtiniana, realizado em 2008, debateu o tema “Conversando sobre Bakhtin”; no ano seguinte, foi a vez de “Bakhtin na Atualidade”; e em 2010, o evento abordou o tema “Bakhtin e a Atividade Estética: novos caminhos para a ética”. A partir de 2010, o grupo decidiu realizar as rodas em São Carlos a cada dois anos, alternadas por um evento itinerante, cujo local seria escolhido por eleição a cada final do evento anterior. Surgiu assim o EEBA, com sua primeira edição neste ano de 2011, na Universidade Federal de Juiz de Fora (MG).

A responsividade bakhtiniana na educação, na estética e na política foi o tema que orientou as rodas de debate no I EEBA. A exemplo do Círculo – Rodas de Conversa Bakhtiniana, que lhe deu origem, o I EEBA consistiu em rodas de discussão, em vez de mesas com leituras de trabalhos. Isto não significa que não tenha havido trabalhos escritos: como nas rodas, todos os textos relacionados com o evento foram disponibilizados na internet e depois publicados em versão impressa. Os textos serviram de base para as rodas de conversa. Cada roda teve um coordenador e dois comentadores, encarregados de dirigir o debate. 

Em consonância com a abrangência do pensamento de Mikhail Bakhtin, a transdisciplinaridade, que sempre esteve presente nas rodas bakhtinianas, foi ainda intensificada no EEBA, em que se discutiram trabalhos relacionados com educação, linguística, literatura e cinema, entre outros assuntos, sempre abordados à luz de conceitos de Bakhtin, mas também em diálogo com outros autores. Na conferência de abertura, o professor João Wanderley Geraldi destacou a alteridade e a responsividade como centrais ao pensamento bakhtiniano e reafirmou a necessidade da prática dialógica em sala de aula. Nas conferências finais, a professora Cecília Goulart e o professor Waldemir Miotello enfatizaram a relação entre a responsividade e a singularidade.

Próximo EEBA será em Vitória (ES)
A exemplo dos outros anos, membros do Grupo de Pesquisa em Literatura e Cultura participaram do evento bakhtiniano. Nas rodas de que participamos, discutimos, entre outros textos, os trabalhos “Todas as alteridades de Maria”, de Ana Cristina Vilela; “Filosofia Cínica e Estética: ferramentas articuladoras da responsividade literária e princípios crítico-polifônicos em Mikhail Bakhtin”, de Augusto Rodrigues; “O contemplador: vivências estéticas e responsividade”, de João Vianney Cavalcanti Nuto; e “Monologismo Dialógico: polifonia e responsividade bakhtinianas no discurso de Padre Antonio Vieira”, de Sarah Freitas Rabelo. 

O II EEBA será realizado em 2013, em Vitória (ES). Em 2012, teremos o IV Círculo: Rodas de Conversa Bakhtiniana, sempre no primeiro fim de semana de novembro. Como nos anos anteriores, o Grupo de Pesquisa em Literatura e Cultura apresentará seus trabalhos nesses e em outros eventos relacionados com Mikhail Bakhtin e com os estudos da literatura em sua relação com a cultura.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Dom Quixote à moda russa


Fábio Barros[1] 

A obra de Cervantes já teve várias adaptações cinematográficas, entre elas a francesa Don Quichotte, de 1933, dirigida por Georg Wilhelm Pabst. Esta consiste em um musical que, de certa forma, não consegue representar a essência da obra literária, sendo menos dramática. Depois, houve o lançamento, em 1992, do Don Quijote de Orson Welles, que iniciou a maldição de Dom Quixote. As filmagens da versão de Welles começaram em 1955 e continuaram por 14 anos, até o filme ser montado postumamente e lançado em 1992...

Leia texto completo em Crônicas, neste blog.


[1] Fábio Barros é estudante de Letras na Universidade de Brasília (UnB).