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Imagem do campus UFJF: entre a natureza e o saber |
O
Encontro de Estudos Bakhtinianos (EEBA) surgiu como versão itinerante do
Círculo – Rodas de Conversa Bakhtiniana, evento criado pelo Grupo de Estudos de
Gênero do Discurso (GeGe), formado por
professores e
alunos da Universidade Federal de São Carlos, Universidade Estadual de
Campinas, Unesp de Assis e Universidade de São Paulo e coordenado pelo Prof. Waldemir
Miotello. O objetivo das Rodas de Conversa Bakhtiniana é discutir a obra de
Mikhail Bakhtin em seus mais diversos aspectos, associando-a a questões contemporâneas.
O primeiro Círculo – Rodas de
Conversa Bakhtiniana, realizado em 2008, debateu o tema “Conversando sobre
Bakhtin”; no ano seguinte, foi a vez de “Bakhtin na Atualidade”; e em 2010, o
evento abordou o tema “Bakhtin e a Atividade Estética: novos caminhos para a
ética”. A partir de 2010, o grupo decidiu realizar as rodas em São Carlos a
cada dois anos, alternadas por um evento itinerante, cujo local seria escolhido
por eleição a cada final do evento anterior. Surgiu assim o EEBA, com sua
primeira edição neste ano de 2011, na Universidade Federal de Juiz de Fora (MG).
A
responsividade bakhtiniana na educação, na estética e na política foi o tema
que orientou as rodas de debate no I EEBA. A exemplo do Círculo – Rodas de
Conversa Bakhtiniana, que lhe deu origem, o I EEBA consistiu em rodas de
discussão, em vez de mesas com leituras de trabalhos. Isto não significa que
não tenha havido trabalhos escritos: como nas rodas, todos os textos
relacionados com o evento foram disponibilizados na internet e depois
publicados em versão impressa. Os textos serviram de base para as rodas de
conversa. Cada roda teve um coordenador e dois comentadores, encarregados de
dirigir o debate.
Em
consonância com a abrangência do pensamento de Mikhail Bakhtin, a
transdisciplinaridade, que sempre esteve presente nas rodas bakhtinianas, foi
ainda intensificada no EEBA, em que se discutiram trabalhos relacionados com
educação, linguística, literatura e cinema, entre outros assuntos, sempre
abordados à luz de conceitos de Bakhtin, mas também em diálogo com outros
autores. Na conferência de abertura, o professor João Wanderley Geraldi
destacou a alteridade e a responsividade como centrais ao pensamento
bakhtiniano e reafirmou a necessidade da prática dialógica em sala de aula. Nas
conferências finais, a professora Cecília Goulart e o professor Waldemir
Miotello enfatizaram a relação entre a responsividade e a singularidade.
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Próximo EEBA será em Vitória (ES) |
A
exemplo dos outros anos, membros do Grupo de Pesquisa em Literatura e Cultura
participaram do evento bakhtiniano. Nas rodas de que participamos, discutimos,
entre outros textos, os trabalhos “Todas as alteridades de Maria”, de Ana
Cristina Vilela; “Filosofia Cínica e Estética: ferramentas articuladoras da
responsividade literária e princípios crítico-polifônicos em Mikhail Bakhtin”,
de Augusto Rodrigues; “O contemplador: vivências estéticas e responsividade”,
de João Vianney Cavalcanti Nuto; e “Monologismo Dialógico: polifonia e
responsividade bakhtinianas no discurso de Padre Antonio Vieira”, de Sarah
Freitas Rabelo.
O
II EEBA será realizado em 2013, em Vitória (ES). Em 2012, teremos o IV Círculo:
Rodas de Conversa Bakhtiniana, sempre no primeiro fim de semana de novembro.
Como nos anos anteriores, o Grupo de Pesquisa em Literatura e Cultura
apresentará seus trabalhos nesses e em outros eventos relacionados com Mikhail
Bakhtin e com os estudos da literatura em sua relação com a cultura.